segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"A festa terá, quiçá, um encanto diferente"

Entrevista exclusiva com Tio João ao Caserna dos Oliveiras on line

Caserna dos Oliveiras on line (CO): O Natal está a chegar...
Tio João (TJ): O Natal está à porta.


CO: É tempo de pensar já nos preparativos?
TJ:Como habitualmente chegará a hora de pensar nas lembranças para a família e não só.

CO: Este ano a crise e as suas circunstâncias vai afectar as habituais compras?
TJ: Pois muito bem; dadas as actuais circunstâncias de conjuntura económica, eu Tio João, venho apresentar uma proposta que espero seja de agrado geral.

CO: Venha ela...
TJ: Então cá vai: 1º Será suposto que quem oferece (UMA SÓ PRENDA) são os familiares trabalhadores, aqueles a quem dirijo.

CO: Ao proletariado e não à malta do capital portanto. E em segundo?
TJ: 2º O nome de cada um destes familiares será escrito num pequeno papel dobrado e colocado num recipiente ou pequeno saco.

CO: Se é um esquema será certamente um saco azul.Terceiro...
TJ: 3º Cada um retirará do recipiente um papelinho onde, secretamente, descobrirá quem é o familiar a quem terá de comprar a prenda do Pai Natal, não podendo nunca revelar quem lhe tocou em sorte.

CO: Sorte é se o papelinho estiver em branco. E depois?
TJ: 4º Na Noite de Natal, quando chegar a casa da Vovó, cada qual deposita sigilosamente o seu presente, com o nome do respectivo destinatário, (sem remetente) em local a designar.

CO: Sigilosamente? É capaz de não ser lá muito fácil.Mais algum passo?
TJ: 5º Quando formos abrir as prendas, os visados vão receber, efectivamente, uma prenda vinda, sabe-se lá de onde!!!!!!!do Pai Natal.

CO: Parece um esquema um pouco burocratizado, com muitos passos. Não será possível aplicar o sistema simplex a este 'quebra cabeças'? Qual é o segredo do esquema?
TJ: O segredo será o mais importante desta entrega de prendas.

CO: E a malta o que é que ganha com isso?
TJ:Com este esquema consegue-se que:
1º Se possa “oferecer-receber” uma prenda melhorada.
2º O ofertante gaste menos e não tenha a preocupação de ter de comprar para todos, muitas das vezes coisas sem grande proveito.
3º Economizar, porque nestes momentos de grande dificuldade é fundamental.

CO: Parece uma arrojada campanha 3 em 1 ou um anúncio das finanças sobre os pagamentos por conta. Tudo isto não obriga a uma logística séria...
TJ: A logística desta brincadeira ficará a meu cargo.

CO: Os mais pequenos não serão quantitativamente prejudicados?
TJ: Este esquema não impede que se distribuam prendas aos mais pequenos, bem como, dos pais aos filhos (vice-versa) e entre esposas.À Vovó todos devem prendar.

CO: Então ficamos quase na mesma. É quase uma volta de 360º. Quer esclarecer um pouco mais como pretende concretizar o esquema?
TJ:O sorteio dos papelinhos com o nome da pessoa que calha em sorte a cada um dos demais, será feito na próxima reunião familiar, talvez o aniversário da Vovó.

CO: Como acontece em qualquer esquema não teme que os resultados sejam adulterados. Não teme um caso tipo 'Prenda dourada' ou 'Prenda Oculta'?
TJ: Se em sorte, sair o nome do marido e/ou da respectiva esposa, deve o receptador dobrar o papelinho e devolvê-lo ao recipiente, para que o espírito da prenda do Pai Natal não seja adulterado.

CO: Está convencido que a ideia tem pés, cabeça e pernas para andar?
TJ: Espero que a ideia seja do agrado geral e, fico na expectativa de reacções positivas.

CO: Fica à espera de uma vaga de fundo e sem medo de ficar no fundo da mesma? Acha que a onda pode ser um contributo para a festa?
TJ:A festa terá, quiçá, um encanto diferente e naturalmente mais de acordo com os tempos bem magros que vivemos.

CO: Muito obrigado pela sua disponibilidade. Como é que se chama mesmo?
TJ: Tio João

(Nota da Redacção: Qualquer semelhança das perguntas com qualquer coincidência das respostas é pura imaginação)

1 comentário:

  1. Está muito engraçada esta entrevista.
    Parabéns pela criatividade, assim o Natal tem outro encanto!

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