segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A Audaz e Brava Vovó

A saga continua, a família Oliveira enfrenta mais um desafio. Desta vez os Oliveiras enfrentam a sua mais difícil e audaciosa aventura até à data. O percurso é traiçoeiro com vários desafios e perigos, o que em nada desanima esta família que procura aventura e adrenalina. Guiados pelo experiente e conhecedor de todos os trilhos da serra, Fernando Oliveira, pusemo-nos em marcha confiantes, abismados pela incrível beleza natural que nos rodeia. Os fotógrafos amadores que integram esta expedição faziam os possíveis, e os impossíveis, para realizar a difícil tarefa de capturar a essência do lugar nas objectivas das suas máquinas fotográficas. Continuamos a caminhar, sentimos o peso das nossas mochilas a aumentar, o suor a escorrer cada vez mais pelas nossas caras já coradas de esforço, começamos a interrogar-nos, “Quanto faltará?”, “ Será que iremos parar?”, “chegar ao fim?”. Tentamos pensar positivo, apreciar a paisagem para esquecer o cansaço, abstrairmo-nos dos problemas do nosso dia-a-dia citadino, problemas que não parecem fazer parte do lugar mágico e fantástico onde nos encontramos.

Ó não! Um rio, bem mais fundo do que o da última vez. Sem pedregulhos suficientemente grandes para podermos realizar a travessia. Que fazer? Ideias não faltam. Descalçar as botas e as meias para atravessar, parece ser a mais simples no entanto os fotógrafos não querem arriscar as suas máquinas topo de gama. Que fazer? O dever chama-o e o nosso bombeiro responde ao chamamento, resolve construir uma ponte. O seu pai dá-lhe indicações, pode não ser engenheiro mas está habituado a fazer avaliações de risco. Quando considera a ponte segura e apta para cumprir a sua função (apesar de não se arriscar a fazer-lhe um seguro) ordena a travessia.
O obstáculo estava passado e já nos tinha feito perder tempo precioso, agora era preciso continuar, acelerar o passo, não havia tempo a perder, havia um suculento cabrito á espera. Continuamos confiantes porque se já tínhamos ultrapassado este difícil desafio já nada nos podia impedir de alcançar o nosso objectivo. Aquela pequena capelinha branca lá no cume da montanha, cada vez parecia mais perto, dando-nos motivação para continuar. Decidimos parar para restabelecer forças e comer as merendas, que já começavam a pesar bastante. As fatias de bola desapareciam ainda mais depressa do que na noite antes da partida quando nos reunimos na casa da vovó Mimí. Com as mochilas mais leves e vazias seguimos caminho. Já faltava pouco para chegar. Seguimos as mariolas, subimos as escadas irregulares e escorregadias, devido ao musgo molhado, e o nosso objectivo, aquele pelo qual lutamos arduamente ultrapassando os nossos limites, estava ali mesmo a nossa frente. Uma sensação indescritível começa a apoderar-se do nosso corpo. Esquecemos tudo, o cansaço, os problemas, parece que o tempo pára e uma mistura de sensações invade-nos, alegria, prazer, realização e outras.

Paramos, os fotógrafos aproveitam e fotografam a paisagem. Dum lado serra sem nenhuma marca humana, do outro uma pequena povoação que vive na tranquilidade da serra longe da agitação, do ar poluído, do ruído e de todos os problemas das grandes cidades.
Aproveitamos para pôr a conversa em dia, falamos do cabrito que nos espera, do popular programa do Discovery sobre sobrevivência e de outros assuntos.
Com a sensação de dever cumprido, iniciamos a descida. O percurso já não é desconhecido mas agora é a descer, qualquer pé mal apoiado, qualquer deslize pode significar um pé torcido, uma perna partida, ou na pior das circunstâncias a morte.
Encontramos um grupo que está a fazer o mesmo percurso e até a usar a nossa ponte. Resolvemos reforçá-la com as pedras que cada um agarrou no caminho. Quem sabe possa vir a ser usada por mais alguém.

O cansaço é maior, mas continuamos confiantes, afinal já conhecemos o percurso e se conseguimos ir também conseguimos voltar. Paramos mais uma vez para comer as merendas que sobraram.
Estamos de volta! Encontramo-nos com os que ficaram para trás e vamos para o restaurante.
Depois de almoço o organizador propõe outra caminhada. Desta vez todos participam, até a vovó Mimi. Com a coragem que a caracteriza, a vovó Mimi pôs-se a caminho, andou por terreno irregular até chegar ao passadiço de madeira. Toda a gente a aconselhava a parar, mas a vovó Mimi continuava. Após várias paragens chegou ao objectivo. Aí descansou e contemplou a bela da cascata, depois iniciou a subida. Apesar de todos os seus problemas de saúde parecia estar bem. De vez em quando parava após muita insistência dos que a acompanhavam. Chegou ao fim exausta, mas com o objectivo cumprido. Deu-nos a prova da sua coragem e determinação. Pois a vovó Mimi quando está motivada nada a pode parar, não há desafios impossíveis para esta audaz e brava vovó.


João (o primo)
14 de Julho de 2009

1 comentário:

  1. Nota da irresponsabilidade da Direcção Executiva:

    O irresponsável pela impressão do jornal desta envergadura apresenta a sua demissão.

    Quando alguém da redacção cá da casa escreve melhor que o Director... está na hora de ir embora.

    Agradeceço a atenção e tensão dispensadas.

    Pel' agora ex-Direcção Executiva

    O, até há pouco, Director interino

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