segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Foi lá em cima que nós estivemos!

Então, ainda antes da última dor de barriga (o artigo estava agendado para depois), eis que me imponho a obrigação de meter o bedelho.

Fernando, servo de Jesus Cristo, filho terceiro duma série de quatro da vetusta matriarca, já órfão de pai, não escolhido mas voluntário à força para promover estas confusões que nos trazem interetidos ó menos uma vez no ano.

Ensinaram-me os seis anos que já levo de caminhadas no Gerês muita coisa: a espantar-me com a beleza natural; a admirar a força do granito em repouso; a embebedar-me com o azul do céu; a sofrer com a ansiedade do regresso; a sentir fundo a amizade; a conhecer a camaradagem; a reconhecer a preocupação dos e com os outros; a alegrar-me com a alegria do grupo; a ignorar dores físicas verdadeiras; a minorar males da alma; a sentir o enorme cansaço físico; a esvaziar “o saco cheio”; a louvar a gratuidade, mas e sobretudo a reconhecer que somos capazes, que fomos capazes, não só de enfrentar o desafio da montanha, mas mais a ultrapassar o(s) limite(s) antes adivinhado(s), que estivemos ali e não fomos nós, porque os regressados são outros que não os mesmos que partiram e os amigos são mais amigos. Para mim é esse o encanto do Gerês.

Talvez percebam agora porque só não partirei com aqueles por razões que nada têm a ver com o meu querer.

É pois um orgulho partilhar convosco estas viagens e ajudar-vos a viver estoutras, mais pequeninas que aquelas, em extensão e em tempo, mas igualmente prenhes de significado à partida e à chegada, na esperança da mudança que é crescimento por dentro e por fora.

O grupo com que parto amiúde nunca foi um grupo escolhido e mantém-se um grupo aberto (às vezes lá vem um(a) experimentar) mas a família é um grupo determinado pela história e pelas estórias. No entanto está a revelar-se nestas idas ao Gerês encantado, em dimensões nunca antes manifestas. O empenho, o entusiasmo e sobretudo a felicidade vivida e partilhada, notando-se aqui e além um ou outro esforço de apagamento em razão do grupo estão a ser quase tão inesperados quanto a montanha que os provoca.

Há no meu entusiasmo um misto de aventura e vontade de partilhar, mas sobretudo a força do espírito de família que entendo deva ser preservado nos tempos que correm pois é um valor perene cuja transmissão nos responsabiliza.

Também nesta partida houve sofrimento e ansiedade. Foi dia e meio perdido para o estudo e o exame daquela 2ª.feira era o mais complicado de todos os que havia para cumprir este semestre. Mas como o chumbo já era praticamente certo … !!!

No entanto, a Montanha faz milagres, e onde a esperança estava tingida com cores negras, eis que o céu se apresenta sem nuvens e qual manhã do dia 11 de Junho pp o sol apresta-se para brilhar e desvelar todo o esplendor da Montanha – é só mesmo substituir o trabalho e … em princípio será um semestre limpo.

Por isso, para os assíduos leitores deste jornal de caserna, a razão para espanto, admiração e louvor, outras razões de espanto, admiração e louvor estão sempre aí, ao dobrar da esquina. Atentem no esplendoroso artigo da vóvó Mimi (seguramente inspirado pela fabulástica montanha) e descubram as semelhanças com o que fica dito.


Fernando
6 de Julho de 2009

1 comentário:

  1. Caixa de reclamações do Caserna dos Oliveiras:

    Caro Senhor Director Executivo.
    Venho por este meio solicitar ao "Digníssimo Director" o favor de por ordem neste PASQUIM.
    A edição não está com a sucessão cronológica correcta.
    Um jornal desta envergadura não pode estar sujeito a estes erros de impressão.
    Solicito assim, que proceda de acordo que a situação o exige.
    Respeitosamente

    (Ass.: Leitor anónimo e correspondente de S.Roque)

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